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sábado, 13 de outubro de 2012

Micropoema no twitter




Entreato

 

E eu quero um começar

Sem um começo;

Prefiro esse ficar

Sem um desfecho,

E degustar minha fatia

De eternidade!    
 
 
Maria Nazaré de C. Laroca
 
             
 
Micropoema selecionado entre mais de 2000 enviados por 500 concorrentes participantes do 3º. Toc 140 Poesia no Twitter - Fliporto 2012
(Olinda -PE 2012) http://www.fliporto.net/
           

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Notícia / Informo


 
 
 
Notícia
 

No dia 10 de outubro de 2008,

Eu vi pela tevê (e chorei)

Uma menininha gentil

Que passa fome no agreste do Brasil.

 

Com inocente delicadeza,

A menina de oito anos sorri

E abre a porta de sua miséria

Para o mundo preocupado

Com a crise financeira

Das bolsas de valores.

 

E a menina raquítica

Informa com simplicidade:

- Quando não tem o que comer,

Eu como barro e bebo água...

Mas dá uma dor...

 

- Onde? No estômago?

(pergunta a repórter com presteza.)

- Oh, não!  Dói aqui no coração...

De tanta tristeza...


Maria Nazaré de Carvalho Laroca
In: Travessia do poema. Campinas: Pontes Editores; Juiz de Fora: FUNALFA, 2012, p. 44.
 
 
INFORMO
 
La 10-an oktobro 2008,
Televidile mi spektis (kaj ploris)
Delikatan knabinon
Kiu malsatas (oh, terure!)
En kruda enlando de Brazil’.
 
Naive ridetas l’ infan’
La pordon malfermante
De sia mizero al mond’
Kiu zorgas pri falantaj
Borsoj internaciaj.
 
Kaj la rakita ulin’
Simplece kaj rekte informas:
- Tiam, kiam ne estas manĝaĵ’
Mi manĝas koton kaj trinkas akvon...
Tamen, venas dolor’...
 
- Kien? Ventren? (demandas la reportist’.)
- Ho, ne!  Ĉi doloras la kor’
   Pro tiom da malĝoj’ ...
 
Maria Nazaré de Carvalho Laroca

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ofício / Metio


Ofício
  
Todas as palavras
Já foram ditas;        
Todos os versos
Já foram escritos;
Mas a criança
Que habita o poeta
Não sabe disso,
E recomeça sempre.
 
 
 
 
Maria Nazaré de C. Laroca
 
(In: Poemas sem endereço, p. 55. Juiz de Fora, MG. 2000)
 
 
 
 
Metio
 
Ĉiuj vortoj
Estas jam diritaj;
Ĉiuj versoj
Estas jam skribitaj;
Sed l’ infano
Kiu loĝas en poeto
Ne scias tion,
Kaj rekomencas ĉiam
.
 
 
 
 
 
Maria Nazaré de  C. Laroca
 
             09/10/2012
 
 

 

domingo, 7 de outubro de 2012

A avó _ La avino




                                                                          

 



A avó 



Minha avó era definitiva

como um camafeu.

povoava de santidade

a minha infância de subúrbio.


Um dia, minha avó

se foi como um passarinho:

sopro de luz,

frêmito de cristal.




Maria Nazaré de C. Laroca

In Sem cerimônia, p.43.

Juiz de fora, MG, 2000.



La avino 



La avino definitive raris

kiel kameo.

Ŝi plenigis per sankteco

mian infanecon en ĉirkaŭurbo.


Avino iam forpasis

kiel birdeto:

spirblov’ el lumo

kristalvibro.




Traduko reviziita de

Paulo Sérgio Viana

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora - 07/10/2012

sábado, 6 de outubro de 2012

Reflexão / Pripensado




                            
Gustave Moreau / Hésiode et la Muse. 1891- Musée d’Orsay
 

 
Reflexão

Das duas, uma: 
Ou a poesia
prazer 
Ou incomoda.
 
 
Maria Nazaré de C. Laroca
 
In: Sem cerimônia, p.56. Juiz de Fora, MG. 2000.
 
 
Pripensado
 
El du, unu:
Aŭ poezio  
Nin plezurigas 
Aŭ ĝenas.        
 
 

Maria Nazaré de C. Laroca
 
Juiz de Fora, la 06-an de oktobro 2012.

 

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Flores / Floroj


                                                                             

            Flores

Se você quiser sentir
O aroma de Deus,
Se você quiser ver
A cor de Deus,

Contemple as flores!
Partículas divinas,
Poemas que iluminam
E o mundo perfumam:
Tesouro de amor.
 
 
 
 
 
Maria Nazaré de C. Laroca
        Floroj
 
Se vi volas spiri
L’ odoron de Di’,
Se la Di-koloron
Volas vidi vi,
 
Rigardu la florojn!
Eroj de l’ Di-kor,
Ili poem’lumas,
La mondon parfumas:
Kiel am-trezor.’
 
 
 
 
 
 Maria Nazaré de C. Laroca
 
 
(El Komunikoj  N-ro 127 -  2007
 Julio –Aŭgusto – Septembro)
 
 
 
 
 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Videoclipe / La kanto de l’ pitango


Videoclipe 

Nostálgica,
Em Cabo Frio,
Espio o canto
Malandro
Do bem-te-vi
Que anuncia:
"Bem te vi!"
"Bem te vi!"

 
Meus filhos
Adolescentes
Decodificam MTV
Em tradução
Globalizada:
"eme - ti - vi!"
"eme - ti - vi!"

 
Não muito longe,
O mar aplaude
E pede bis.
 

Maria Nazaré de Carvalho Laroca
(In: Poemas sem endereço, p. 48. Juiz de Fora – MG, 2000)
 
La kanto de l’ pitango
Nostalgie,
En urbo Kabo Frio
Mi aŭskultadas
Friponan kanton
De pitango,
Kiun brazilanoj dekodas
“Bem te vi!”
“Bem te vi!”
Aŭ, Esperante,
“Mi vidis vin!”
“Mi vidis vin!”
 
Miaj adoleskantaj gefiloj,
Per "globigata" televid-ĵargono
Tradukas anglen:
"Em-ti-vi!"
"Em-ti-vi!"
 
Ne malproksime, la maro,
Entuziasme plaŭde-aplaŭde
Petas: “biiiiis!”
                           
(Traduko reviziita de Sylla Chaves - 2007)
(El BRAZILA ESPERANTA PARNASO. Org. Sylla Chaves; Neide Barros Rego. p. 68. Rio de Janeiro, 2007)